No passado dia 13 de Março, a Casa Manuel Teixeira Gomes recebeu mais uma edição do Teia D’Ideias, o tema em discussão foi a Imprensa Regional – Liberdade, Sustentabilidade e Pluralidade. Para abordar a realidade da imprensa regional, sob a moderação de Nuno Silva, marcaram presença no painel de discussão Pedro Poucochinho (chefe de Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Portimão), Pedro Duarte (RUA FM – Rádio Universitária do Algarve), João Pedro Correia (jornalista da delegação do Algarve da Agência Lusa e da Rádio Costa D’Oiro), Elisabete Rodrigues (diretora do Sul Informação), Tony Melo (diretor do jornal Edição Especial) e Ana Rosa (jornalista).
Na sequência do título da tertúlia, 3 vectores dominaram a discussão, a liberdade da imprensa regional, a sua sustentabilidade financeira e a importância de pluralidade de conteúdos. Hoje em dia, são vários os desafios que são colocados à Imprensa Regional. A adaptação a um mundo em constante mudança não é fácil. A própria concorrência entre os diferentes órgãos de comunicação faz com que, não só os órgãos de comunicação, mas também os próprios jornalistas, tenham que se adaptar, o que passa por uma mudança de mentalidades a nível profissional, bem como pela adopção de novas tecnologias.
Com o país em crise económica e social, num meio onde os recursos financeiros escasseiam, o desafio passa também pela exploração de novos meios de financiamento. A Imprensa Regional, através da sua irreverência, é convidada a encontrar novas soluções que a tornem mais rentável. Entre possíveis linhas a investir, foi salientado pelos participantes a potencialidade do jornalismo de investigação, bem como a importância de desenvolver uma política de maior proximidade com a população local, preservando no entanto a qualidade na forma e no conteúdo daquilo que é publicado.
Neste debate de ideias, também foi motivo de discussão a dificuldade que a Imprensa Regional sente por vezes em mostrar a sua independência e a sua imparcialidade em relação aos fatos que relata. As barreiras a esta independência passam pela proximidade do próprio jornalista com os factos que observa ou pelas tentativas de influência externas, tanto políticas como económicas. Torna-se assim um grande desafio manter a sua independência e isenção, livre de factores externos, o que por consequência lhes traz uma grande responsabilidade pela transmissão dos factos, investigando a sua veracidade antes da respectiva divulgação.
Sem dúvida que a Imprensa Regional tem um papel fundamental na divulgação da notícia e da informação veiculada, com forte influência na sociedade local, tanto para o bem, como para o mal, o que acarreta uma maior responsabilidade sobre os seus ombros.