A Teia D’Impulsos realizou no passado dia 9 de Janeiro o quarto episódio da segunda série da Teia D’Ideias, que decorreu mais uma vez na Casa Manuel Teixeira Gomes em Portimão. O tema de conversa foi a Delinquência Juvenil, com a Teia D’Impulsos a desafiar os seus convidados a discutirem os desafios para a prevenção deste problema e a reflectirem nos caminhos a seguir para a integração destes jovens na sociedade.
A tertúlia prolongou-se pela noite dentro alimentada pelo entusiasmo dos intervenientes, tendo a discussão sido dominada pelo papel da família na génese e na resolução desta problemática. Factores como o desinteresse das famílias no acompanhamento dos jovens, a renúncia das famílias ao seu papel de educadores, a desestruturação das famílias que se vive nos dias de hoje, ou a desresponsabilização das famílias em relação aos actos criminosos cometidos pelos jovens delinquentes, foram identificados pelos participantes no debate como potencias causas para os comportamentos desviantes destas crianças e jovens. Os membros das associações de pais presentes demonstraram a sua indignação pela falta de comparência dos pais nas reuniões a que são convocados nas escolas. Os pais vão deixando de aparecer nas escolas à medida que os filhos vão crescendo, e os primeiros a deixar de aparecer são os pais dos jovens mais problemáticos.
No final da tertúlia os participantes foram convidados a deixar ideias para a abordagem da Delinquência Juvenil. Entre os vários caminhos apontados destacamos a criação de equipas de rua que cheguem mais perto dessas crianças, jovens e das suas famílias e nelas possam intervir com maior efectividade, a criação de associações ou outras entidades que estejam vocacionadas para trabalhar com crianças e jovens mais vulneráveis apostando na prevenção da delinquência, a dinamização de programas de ocupação de temos livres para crianças e jovens de risco, apoiados no trabalho de voluntários, com actividades que podem ir desde o desporto até ao apoio nas tarefas escolares, ou a constituição de grupos de adultos que se dirijam às escolas para dar o seu testemunho de jovens problemáticos que foram, contando a sua história e dando assim o seu exemplo de como se integraram na sociedade.